Vice-presidente do SEPROSC analisa a inovação em TI

O vice-presidente do SEPROSC, Carlos José Pereira, foi destaque na edição do Jornal de Santa Catarina desta segunda-feira, 12/03.

Pereira faz uma análise sobre o papel das startups de TI e lembra que as empresas tradicionais do setor também inovam.

Confira a entrevista:

 

“A STARTUP ACABA SENDO A COBAIA DAS GRANDES EMPRESAS”

Carlos José Pereira, Vice-presidente do Seprosc


Em entrevista publicada pela coluna na última semana, o criador do Programa 100 Open Startups, Bruno Rondani, foi taxativo: nunca se investiu tanto em startups como agora. Essas empresas emergentes têm ganhando amplo destaque na mídia por proporem soluções muitas vezes disruptivas para o mundo corporativo ou até mesmo para o dia a dia das pessoas.

Há, no entanto, uma corrente de executivos do ramo que defende que a alta capacidade de inovação não se restringe a negócios iniciados do zero e que essa é uma característica presente no DNA de muitas grandes empresas já consolidadas no mercado, sejam elas da área de tecnologia ou não.

Vice-presidente do Sindicato das Empresas de Processamento de Dados, Software e Serviços Técnicos de Informática de Santa Catarina (Seprosc), o empresário Carlos José Pereira lembra que boa parte das novas empresas não passa do quinto ano e que as sobreviventes que hoje estão maiores são justamente aquelas que buscaram o diferente para se manterem competitivas – ou seja, inovaram.

Nesta entrevista, Pereira avalia que as startups contribuem para o mercado ao apontar novos caminhos viáveis para determinados problemas.

Como as grandes empresas de sistemas enxergam o crescimento das startups?

Primeiro, a gente precisa entender que todas as empresas, mesmo as grandes, já foram, de alguma maneira, startups quando começaram. Então, elas olham esse movimento como oportunidade, porque as startups mostram caminhos. As grandes empresas têm uma dificuldade maior em inovar, embora elas o façam, porque não podem dedicar todo o tempo delas para uma determinada inovação. Elas precisam cuidar da própria complexidade do negócio, produtos, clientes, mercados já conquistados. A startup tem um papel importante nesse contexto, que é apontar caminhos viáveis de inovação.

As startups são uma ameaça para empresas maiores?

Sim e não. Uma startup é uma ameaça à medida que ela mostra um novo caminho para os clientes de uma grande empresa e esses clientes passam a pedir por aquele caminho. Por outro lado, elas também são oportunidades para as grandes empresas descobrirem que aqueles caminhos são viáveis e que elas podem inovar também. É aí que a grande empresa também inova. Todas as empresas que estão no mercado só ficaram porque inovaram. Você não consegue sobreviver durante muitos anos sem isso. A startup força a grande empresa também a inovar.

Você diz que as startups têm uma capacidade de experimentação maior. Por quê?

Uma startup, quando começa, tem uma capacidade de inovação muito grande porque tem foco em uma determinada coisa. Ela, geralmente, não precisa perder tempo com leis, sindicatos, contratações, impostos, folha de pagamento, mercado, clientes que estão dando problema ou reclamando. Sem isso, ela consegue concentrar atenção no produto ou serviço que quer apresentar. No caso da grande empresa, há uma série de complexidades que não permitem a ela ter essa agilidade que uma startup tem.

Há um movimento que se intensificou nos últimos anos de grandes empresas comprando startups justamente por essa agilidade que elas trazem no desenvolvimento de novas tecnologias. Como você enxerga isso? É uma fase ou uma tendência?

É uma tendência que veio para ficar, justamente pelo que eu falei anteriormente. Há duas coisas importantes: a empresa grande só está aí porque inovou. Se ela não continuar inovando, ela não sobrevive. Mas ela só inova quando é obrigada, e a startup tem esse papel. E, obviamente, quando a startup mostra que um novo caminho é viável, é mais barato para a empresa grande comprar essa startup. Isso vai continuar acontecendo, faz sentido comprar. A startup acaba sendo uma cobaia de grandes empresas, que não podem investir em muitas áreas porque não têm recursos necessários para inovar e testar tudo.

As empresas de tecnologia não pararam de crescer na crise. Com sinais de recuperação da economia, qual é a sua expectativa para o setor em 2018?

A tecnologia ajuda quando há muito volume. Computador é feito para tratar muito volume. Quando você tem pouco volume e precisa otimizar os processos em termos de mão de obra, a tecnologia também ajuda. É por isso que quem tem um produto bom tende a ir bem tanto nas crises como nos momentos de expansão, porque, para a empresa lidar com toda a complexidade de gestão, a tecnologia é fundamental. Agora, o que vai se consolidar nos próximos anos é a inteligência artificial. Esse é o caminho a ser seguido, que é o aprendizado das máquinas. Você começa a usar os algoritmos do computador de uma forma diferente do que se usava tradicionalmente.

Você enxergou mudança no perfil do usuário de sistemas nesse período de recessão?

Mudou, sim. Nesses momentos, a primeira coisa que as empresas normalmente fazem é dar um certo corte nas despesas até decidir onde investir. Depois, ela até acaba optando por investir em tecnologia, mas até tomar essa decisão, ela corta o orçamento. Então dá uma parada (os investimentos em TI) por um tempo, mas depois volta. Quanto ao comportamento do usuário, é importante citar que a partir do momento em que ele tem smartphones, computadores e acesso ao mercado, ele exige muito mais dos sistemas. Quando eu comecei, em 1976, o sistema era uma coisa distante das pessoas. Agora não. Você não atura mais um sistema que não seja simples de operar, que não tenha tratamento adequado. O usuário sabe o que quer, antes ele não sabia.

Publicado em: 12/03/2018 09:02:53

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